1. QUANDO NÃO SE TEM O LIVRE ARBÍTRIO?
R: Quando o usamos, seja para o mal ou bem. A extinção do livre arbítrio ocorre quando o ser racional, no uso da sua liberdade e razão, realiza escolhas das quais já não lhe cabe voltar. A maioria dos atos da vida são irreversíveis em seus efeitos. Quem cometeu assassinato já não tem livre arbítrio de não ser assassino. Entretanto, tem o livre arbítrio para buscar o perdão e a reparação, dentro do possível, dos efeitos do mal que causou. Exemplo de escolha definitiva e irreversível foi feita pelos anjos que resolveram livremente rejeitar a Deus, e mesmo testemunhando sua existência e bondade, desprezaram o céu. Estes foram julgados, e perderam para sempre o direito de escolher retornar: “PORQUE AQUELES QUE FORAM ILUMINADOS, SABOREARAM O DOM CELESTIAL, PARTICIPARAM DOS DONS DO ESPÍRITO SANTO, EXPERIMENTARAM A DOÇURA DA PALAVRA DE DEUS E AS MARAVILHAS DO MUNDO VINDOURO, E, APESAR DISSO, O ABANDONARAM, É IMPOSSÍVEL QUE SE RENOVEM OUTRA VEZ PELO ARREPENDIMENTO;" (Hebreus 6, 4-6)
2. COMO HÁ LIVRE ARBÍTRIO SE O BEM QUE DESEJO NÃO FAÇO, MAS O MAL QUE NÃO QUERO EU REALIZO?
R: A felicidade é um bem, e a vontade livre busca ser feliz em tudo que lhe dá prazer. Mas nem sempre as coisas aprazíveis são boas. A felicidade, que é o bem desejado, muitas vezes pode ser encontrada em coisas ruins e indesejadas. Embora busque o bem que deseja, o indivíduo pode acabar encontrando o mal que não quer. Há quem busque a paz, mas nessa busca acaba causando conflitos com aqueles que querem a guerra. Isso se dá quando se permite dominar pela vontade não aconselhada, dirigida ou informada pela boa consciência para com Deus. Por isso, advertiu Paulo: "NÃO FAÇO O BEM QUE QUERO, MASO MAL QUE NÃO QUERO.” (Romanos 7, 19) E nos orientou, Agostinho: “(...) A VONTADE É SEMPRE LIVRE, MAS NEM SEMPRE É BOA. OU É LIVRE DE DEUS, E NESTA LIBERDADE SE CONDENA; OU É LIVRE DO PECADO, E NESTA LIBERDADE SE SALVA.” (AGOSTINHO. Cap. XV, p. 34. A Graça e a Liberdade)