R: A oscilação entre malícia e virtude acontece a todo instante em nossas vidas. Os santos foram e são tentados, como foi o próprio Cristo. Mas diferente de Jesus, os santos tiveram ou ainda tem suas falhas. Há, portanto, de se distinguir a santidade em Deus e na humanidade. Em Deus decorre de sua infalibilidade, pois, se Deus é impecável, não falha; e se não falha, nada de impuro ou defeituoso advém Dele. Neste sentido, só Deus é santo: “PORQUE SÓ TU ÉS SANTO.’ (Apocalipse 15. 4) Diferentemente, a santidade humana reside na não aceitação de tropeços, das falhas e no desejo de evitá-los. Isso ocorre em diversos níveis de acordo com a disposição interior em que cada um recebe o modelo de Cristo em sua vida. Uns conseguem atingi-la de modo semelhante, como os que escolhem a morte para não negar a fé; ou que abrem mão de viver suas ambições e interesses próprios para cuidar dos necessitados.1 Entretanto, a maioria ainda luta para se livrar das inúmeras falhas do caráter e imperfeições em seus juízos de valor. Santidade humana é nos aproximarmos mais de Deus, tendo por consequência, nos separarmos de tudo que Dele nos afasta. Tal luta tem como arma a caridade, oração e a confissão, as quais nos levam a resistir à inclinação ao egoísmo, a malícia e amor próprio que coloca nossos desejos e interesses acima de tudo. Assim como é Santo aquele que nos chama, que sejam também santos aqueles que são chamados: “SEJAM SANTOS, PORQUE EU SOU SANTO” (1 Pedro 1, 16) "DEUS NOS CHAMOU NÃO PARA A IMPUREZA, MAS PARA A SANTIDADE.' (1 Tessalonicenses 4, 7)
1 O termo grego para santo é hágios -ἅγιος significa todo aquele que de Deus, recebe uma dádiva que o separa e resguarda de toda espécie de imperfeição. Quanto maior essa dádiva, maior a santidade.