Aquele que recebeu o desejo de partilhar o pão, recebeu daquele com o qual o pão fora partilhado muito mais do que lhe deu. Os desamparados recebem de Deus um 'sacerdócio involuntário' porque nos despertam ao amor fraterno, e na luta para tirá-los dessa condição, somos agraciados pelo crescimento pessoal. Essa luta, cuja arma é o amor, nos faz sair do egoísmo quando nos mostra o próximo em suas necessidades. A solidariedade se opõe a ganância que é causa do egoísmo; e o egoísta não consegue amar a Deus e ao próximo porque está encastelado no amor a si próprio. Pobres de espírito, de coração, são os que nada cobiçam além do que necessitam. Estão livres do espírito que incha os soberbos com o vento sepulcral da cobiça que os fará tombar infelizes, porque ao final - 'TUDO É VAIDADE'. (Ecle 1,2) Pobres de espírito, são os que não se deixam mover pelo amor as riquezas ao ponto de tirar o pouco daqueles que pouco tem, para que possam ter muito mais que necessitam. Por nada cobiçarem na terra, lhes será dado o Reino do Céu, e livres do amor as coisas temporais, estão aptos a receber os bens eternos, colhendo o prêmio por terem incendiado os corações insensíveis com a chama da caridade. Portanto, 'BEM AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO PORQUE DELES É O REINO DOS CÉUS." (S. Mateus 5, 3)