A desordem espiritual que nos torna incapazes de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos nos atinge já nos primeiros instantes da vida. Esse amor só existe nos que participam da vida em Deus, manifestada na piedade, no altruísmo, na fraternidade e na disposição para crer e praticar a bondade: “O QUE É O HOMEM, PARA QUE SEJA PURO? E O QUE NASCE DA MULHER, PARA SER JUSTO?" (Jó 15, 14) Logo, enquanto portadores do pecado original em nossa natureza, somos todos pecadores desde o ventre materno.” - “(…) O HOMEM NASCE PARA A TRIBULAÇÃO,” (Jó 5, 7) - “NASCI NA CULPA, MINHA MÃE ME CONCEBEU NO PECADO.” (Salmo 51, 2) “DESDE O SEIO MATERNO SE EXTRAVIARAM OS ÍMPIOS,” (Salmo 58). O pecado que está na condição humana se diz original. Há também o pecado que está nos atos humanos praticados de maneira livre e consciente, com a plena razão para distinguir entre o Bem e o mal; e a este, se diz pecado atual ou pessoal. Por certo, as crianças que ainda não atingiram a idade da razão e consciência não pecam pessoalmente, sendo incapazes de diferenciar, e, portanto, escolher entre agir mal ou bem. Mas a condição da natureza humana trazida de Adão recai sobre todos os gerados na humanidade adâmica, nascendo privados dos bens sobrenaturais que estão além da humanidade, e só podem ser encontrados na Divindade. Bens esses, que Adão perdeu ao se deixar corromper no egoísmo e na vaidade: “A prevaricação de Adão não prejudicou só a ele, mas à sua descendência. A santidade e justiça recebidas de Deus, e por ele perdidas, as perdeu não só para si, mas também para todos nós; e então, a mancha de sua desobediência se transmitiu a todo o gênero humano. "(Concílio de Trento. Sessão 05 em 17-6-1.546) Assim, embora não tenham pecados pessoais, as crianças desde o ventre materno estão sob a condição do pecado original, que embora não lhes condene a perdição eterna, lhes desorganiza espiritualmente no curso da vida, gerando as circunstâncias que as farão se perderem de Deus na idade adulta.