R: O juízo de Deus se realiza sobre nossas escolhas: “ISRAEL REJEITOU O BEM, E O INIMIGO O PERSEGUE.” (Oséias 8, 3)” Quem recebe de presente um Bem alheio (como é o mérito que provém de Cristo para nos salvar), e não o toma para si como propriedade, o rejeita: “ELE VEIO PARA OS SEUS, MAS ESTES NÃO O RECEBERAM.” (S. João 1. 1.11) Mas se que não podemos escolher o Bem, então, tudo de bom que Deus produz e destina em nosso favor, só nos torna mais culpados, por testemunhar o desprezo à amizade e ao amor. Logo, Deus agiria para aumentar nossa culpa, já que não poderemos corresponder ao Bem que Ele nos proporciona, senão, apenas desprezá-lo. A ação Divina seria sempre um mal. A bondade e o amor de Deus, operando por nós, seriam causa da nossa ruína, colocando Deus na condição de responsável por sermos maus. Mas Ele não realizaria o mal. Logo, é absurdo defender que o ser humano não pode escolher participar do Bem Divino, pois Deus só nos destina o Bem, porque sabe que dele podemos desejar e participar. A rejeição ou aceitação ao Evangelho será sempre ato livre e voluntário: "(...) NÃO OUSARIA MENCIONAR AÇÃO ALGUMA QUE CRISTO NÃO HOUVESSE REALIZADO PARA LEVAR OS PAGÃOS A ACEITAR O EVANGELHO, PELA PALAVRA E PELA AÇÃO, (Romanos 15, 18)” O livre desejo pelo mal; ou a participação livre no Bem é o que legitima a punição ou recompensa. O juízo Divino não seria perfeito se punisse aqueles que Ele mesmo permitiu que viessem ao mundo apenas para fazer o mal. “(…) SE O HOMEM CARECERSSE DO LIVRE ARBÍTRIO DA VONTADE, COMO PODERIA EXISTIR O BEM DA JUSTIÇA, CONDENANDO OS PECADORES, E PREMIANDO AS BOAS AÇÕES? A CONDUTA DESSE HOMEM NÃO SERIA PECADO, NEM BOA AÇÃO, CASO NÃO FOSSE ATO VOLUNTÁRIO. O CASTIGO, COMO A RECOMPENSA, SERIA INJUSTO SE O HOMEM NÃO FOSSE DOTADO DA VONTADE LIVRE.' (Livro II – DO LIVRE ARBÍTRIO. Cap. I p. 39, Deus é o Autor do Livre Arbítrio)