* NASCEMOS OU NOS TORNAMOS ESCRAVOS DO PECADO?
R: A atração pelo mal e as tentações que nos levam ao desejo de transgredir, provam que a vontade não está totalmente corroída e dominada pelo mal, tendo que ser vencida, convencida e seduzida para só então, conduzir-se voluntariamente ao pecado. Todo mal se realiza no âmbito da liberdade sem freios ou eixos, a qual desgoverna nossa vontade a ponto de não mais enquadrá-la no que é justo e construtivo para nós e nossos semelhantes. Toda transgressão a Lei do Amor nasce da desordem da liberdade, que se fazendo absoluta na busca sem limites pelo prazer e lucro, nos torna ESCRAVOS VOLUNTÁRIOS DE NÓS MESMOS, reféns de nossos maus hábitos, instintos e imperfeições, quando na procura insistente por uma felicidade passageira e destrutiva, nos oferecemos espontaneamente a prática da maldade: “NÃO SABEIS QUE QUANDO VOS OFERECEIS A ALGUÉM PARA LHE OBEDECER, SOIS ESCRAVOS DAQUELE A QUEM OBEDECEIS, QUER SEJA DO PECADO PARA A MORTE, QUER SEJA DA OBEDIÊNCIA PARA JUSTIÇA?” (Romanos 5. 16). A escravidão ao mal, é, portanto, produto da vontade livre, que se deixa escravizar, pois se através da liberdade nos autodeterminamos a escravidão, também pela liberdade nos autodeterminamos ao Amor e a Justiça, nas quais a liberdade é regrada, encontrando equilíbrio para que seu uso não venha ofender a Deus e machucar nossos semelhantes. Se o pecado nasce da liberdade incontida, por óbvio, então, que a liberdade existe, sendo a vontade livre, a única causa que nos ligar ao mal, permitindo que ele nos domine. A escravidão a Deus é estar livre do pecado; e a escravidão do pecado é rejeitar Deus(1) Logo, a liberdade sempre existirá, seja num ou noutro sentido. Damos causa aos vícios que nos mantém sob o domínio do mal: “QUANDO ÉREIS ESCRAVOS DO PECADO, ÉREIS LIVRES A RESPEITO DA JUSTIÇA." (Romanos 6, 20) "QUALQUER ESPÍRITO RACIONAL HÁ DE SER MAIS NOBRE E PODEROSO QUE QUALQUER INSTINTO. UM CORPO PODE VENCER A ALMA DOTADA DE VIRTUDES? EVIDENTE QUE NÃO. PORTANTO, NÃO HÁ NENHUMA OUTRA REALIDADE QUE TORNE A MENTE CÚMPLICE DA PAIXÃO, A NÃO SER A PRÓPRIA VONTADE E O LIVRE ARBÍTRIO. ” (AGOSTINHO. O Livre Arbítrio e a Origem do Mal, p. 36 Cap. 11 par. 21c).