A vontade é sempre livre, porque é nela que nasce o amor e a felicidade. Não se pode amar ou ser feliz sem que se queira participar do amor e da felicidade: "EU CHAMO O CÉU E A TERRA COMO TESTEMUNHAS QUE NESTE DIA EU COLOQUEI DIANTE DE TI A VIDA E A MORTE, A BENÇÃO E A MALDIÇÃO: ESCOLHE A VIDA, PARA QUE TI E TUA SEMENTE VIVAM.” (Deuteronômio 30. 19) Mas a despeito de sempre ser livre, a vontade nem sempre é boa, e, portanto, pode oscilar entre o Bem e o mal. Em regra, escolhemos ser feliz, e a felicidade é um Bem. Todavia, os meios para alcançá-la nem sempre são bons e justos. Muitos colocam a felicidade em valores corrompidos, como o amor ao dinheiro que gera ganância; ou no prazer corporal que é a origem de todos os vícios: “DEUS CRIOU O HOMEM E O DEIXOU NA MÃO DO SEU CONSELHO”. (Eclesiástico 15. 11-18) “ESCOLHI O CAMINHO DA VERDADE; PROPUS-ME SEGUIR OS TEUS JUÍZOS.” (Salmo 119. 30) Mesmo sendo legítima, boa e necessária a escolha em ser feliz, muitas vezes o que se tem por felicidade é o que nos retira a paz e a justiça. A liberdade na escolha é um bem no antecedente, mas pode vir a ser um mal final se aquilo que escolhemos destrói a própria felicidade. Não se descuida que possa haver certo prazer e alegria nas coisas ruins e sujas. E mesmo não desejando o mal, a vontade acaba tendo apetite pela felicidade que há nas coisas ruins, buscando-as, ainda sob o risco consciente de suportar um mal indesejado. A corrupção da liberdade que veio com o pecado, não teve por resultado a perda da liberdade. Ao contrário, gerou a liberdade desenfreada, sem limite na justiça; no equilíbrio; no amor ao próximo ou compromisso com o Bem: "NISSO CONSISTE A CORRUPÇÃO DA LIBERDADE QUE ATUA CONTRA A RAZÃO; — (…) ESCOLHENDO O BEM EM SÍ, MAS SEM MEDIDA, ORDEM E REGRA.” (AQUINO. Santo Tomás. Suma Teológica. art. 1. Q 63. Da Malícia dos Anjos Quanto a Culpa)