* O MAL ESTÁ NO EXCESSO E NA FALTA.
R: Nenhum direito incontido e desordenado, sem parâmetros na justiça e na fraternidade universal, poderá vir a ser útil ou construtivo. O ser humano não nasce escravo do desejo de transgredir, mas nasce com o desejo inevitável de ser feliz1. E numa busca desenfreada por essa felicidade, ele acaba errando o alvo, procurando-a nas obras, atos ou pensamentos que violam o Amor fraternal, de onde nasce as ofensas a Deus e ao próximo. Nos faltará liberdade quando dela somos privados; ou quando não podemos mais contê-la ou dominá-la. Onde há excesso de permissividade e satisfação plena de desejos descontrolados, haverá escravidão. Mais rígido são os grilhões e algemas que nos tornam reféns de nós mesmos, tanto quanto for a desordem e desalinho no uso da vontade livre. A liberdade é um Bem perfeito se utilizada para seu fim que é a prática do Amor-Benfeitor, o qual muda realidades tristes executando a justiça, e preservando os bens da criação que nos foram dados por Deus. A liberdade possui como objetivo principal da nossa existência, permitir Amar a Deus e ao próximo, porque não é possível amar sem vontade e por obrigação. Todavia, pode vir a ser um bem corrompido, um mal, quando desvirtuada desse seu propósito: “TODA VONTADE É INDETERMINADA E INCERTA ATÉ QUE A RAZÃO COLOQUE À SUA DISPOSIÇÃO AS OPÇÕES, PARA QUE, APÓS UM PRÉVIO JUÍZO RACIONAL AVALIATIVO, SE DETERMINE, PELO APETITE DA VONTADE PRAZER, ALCANÇAR AQUILO QUE SE ESCOLHEU." (JOVILET. Régis. Teologia e Psicologia. Livro II. Cap. II, P. 534. DA LIBERDADE) Aquele que faz tudo o que deseja não é livre, mas escravo de sua própria vontade: "NÃO SABEIS QUE, QUANDO VOS OFERECEIS A ALGUÉM PARA LHE OBEDECER, SOIS ESCRAVOS DAQUELE A QUEM OBEDECEIS; QUER SEJA DO PECADO PARA MORTE, QUER DA OBEDIÊNCIA PARA JUSTIÇA?" (Romanos 6, 16) Logo, não nascemos escravos, mas nos escravizamos ESPONTANEAMENTE, quando agimos sem os freios da razão, e o norte do Bem comum.
1 CATECISMO F 7.2. § 1.718: Deus o colocou no coração do homem, a fim de atraí-lo a si, pois só ele pode satisfazê-lo. Todos certamente queremos viver felizes, e não existe no gênero humano pessoa que não concorde com esta proposição, mesmo antes de ser formulada por inteiro.